POR: MARILDA OLIVEIRA
A compreensão ou a resignação dos usuários dos serviços da saúde em relação ao movimento grevista é um ponto a destacar. Este, sim, é o segmento mais penalizado em todo e qualquer momento, porque os serviços de saúde são os mais ineficientes, insuficientes e deficientes o tempo inteiro: não melhoram nem pioram com o desenrolar do exercício do direito de greve.
No entanto, lendo os jornais, destes bravos sobreviventes não se ouvem “brados retumbantes”. Apesar dos lamentos diários de uma população sofrida, ainda podemos ouvir vozes de apoio resignado ao movimento dos trabalhadores da saúde. Nisto usuários e servidores estão unidos, porque ambos se encontram desassistidos e desrespeitados em sua dignidade..
A situação em geral é de gestores que desprezam a qualidade do serviço prestado, condenando seus mais fiéis representantes – os servidores municipais - ao embate permanente e diário com os usuários. Do outro lado do desmonte, da desqualificação e do desgaste dos funcionários públicos, trabalhadores terceirizados ou contratados, que pouco atentam para as mazelas que envolvem a política da contratação temporária que se tornou regra no serviço público, quando deveria ser exceção.
Qualquer conscientização da população a respeito do caos e do descaso dos governantes em relação a saúde, a segurança, a cidade e seu patrimônio - os munícipes e os servidores públicos, passa sim, pela luta política, os protestos e os movimentos grevistas.
Passaria ainda melhor se tivéssemos uma educação de qualidade, em que os direitos e deveres dos cidadãos pudessem ser ensinados diariamente pelos professores que também foram a protesto, de modo que estes mesmos cidadãos, esclarecidos então, pudessem ser aliados dos servidores na exigência de serviços públicos eficientes e suficientes, assim oferecidos e prestados pelo Poder Público de qualquer das esferas administrativas.
Mas, tudo isto teria ressonância nas escolhas eleitorais. Se de um lado temos uma parcela da população que resigna-se com os maus tratos permanentes impostos por gestores ineptos, insensíveis ou inescrupulosos e por outro lado, os que apenas reclamam por seus privilégios, interesses e vantagens que esperam ver mantidos e conservados por aqueles que o voto autoriza, resta aos servidores públicos e aos sindicatos estar ao meio: como vetores do protesto e da luta permanente.
Então, para os que ainda não sabem: sim, toda greve é política.
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MARILDA OLIVEIRA ARAÚJO é Servidora Pública Municipal, lotada na SMS, possui Licenciatura em História pela UCSal e especialização na mesma área pela UEFS.
A compreensão ou a resignação dos usuários dos serviços da saúde em relação ao movimento grevista é um ponto a destacar. Este, sim, é o segmento mais penalizado em todo e qualquer momento, porque os serviços de saúde são os mais ineficientes, insuficientes e deficientes o tempo inteiro: não melhoram nem pioram com o desenrolar do exercício do direito de greve.
No entanto, lendo os jornais, destes bravos sobreviventes não se ouvem “brados retumbantes”. Apesar dos lamentos diários de uma população sofrida, ainda podemos ouvir vozes de apoio resignado ao movimento dos trabalhadores da saúde. Nisto usuários e servidores estão unidos, porque ambos se encontram desassistidos e desrespeitados em sua dignidade..
A situação em geral é de gestores que desprezam a qualidade do serviço prestado, condenando seus mais fiéis representantes – os servidores municipais - ao embate permanente e diário com os usuários. Do outro lado do desmonte, da desqualificação e do desgaste dos funcionários públicos, trabalhadores terceirizados ou contratados, que pouco atentam para as mazelas que envolvem a política da contratação temporária que se tornou regra no serviço público, quando deveria ser exceção.
Qualquer conscientização da população a respeito do caos e do descaso dos governantes em relação a saúde, a segurança, a cidade e seu patrimônio - os munícipes e os servidores públicos, passa sim, pela luta política, os protestos e os movimentos grevistas.
Passaria ainda melhor se tivéssemos uma educação de qualidade, em que os direitos e deveres dos cidadãos pudessem ser ensinados diariamente pelos professores que também foram a protesto, de modo que estes mesmos cidadãos, esclarecidos então, pudessem ser aliados dos servidores na exigência de serviços públicos eficientes e suficientes, assim oferecidos e prestados pelo Poder Público de qualquer das esferas administrativas.
Mas, tudo isto teria ressonância nas escolhas eleitorais. Se de um lado temos uma parcela da população que resigna-se com os maus tratos permanentes impostos por gestores ineptos, insensíveis ou inescrupulosos e por outro lado, os que apenas reclamam por seus privilégios, interesses e vantagens que esperam ver mantidos e conservados por aqueles que o voto autoriza, resta aos servidores públicos e aos sindicatos estar ao meio: como vetores do protesto e da luta permanente.
Então, para os que ainda não sabem: sim, toda greve é política.
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MARILDA OLIVEIRA ARAÚJO é Servidora Pública Municipal, lotada na SMS, possui Licenciatura em História pela UCSal e especialização na mesma área pela UEFS.
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